Acredito que a etapa mais difícil em pensar em ser adulto, é sobre o caminho que iremos tomar, chega a hora então que a frase engraçadinha que ouvimos na infância, torna-se uma temida e confusa realidade e nem sempre a resposta que teremos será motivo de gracejos dos pais como era na infância cheia de fantasias.
O que você vai ser quando crescer ?
Essa pergunta agora faz parte da realidade e a escolha é o que define como será seu futuro.
Escolhas extremas,
na puberdade tudo está enconstado ao extremismo ...
O rumo a seguir é aquele que irá agradar e realizar o sonho dos meus pais, ou vou ser tudo aquilo que quero ser ?
O mundo adulto é fascinante aos seus olhos cheios de vontades e possibilidades, época da ilusória liberdade, mas ao mesmo tempo assustador ao pensar em toda dificuldade que existe em toda responsabilidade madura de manter a tão liberdade sonhada.
Se enlouquecer não se apaixone;
(“It’s Kind of a Funny Story”)
(“It’s Kind of a Funny Story”)
Apesar da péssima tradução para o título, o filme é excelente e trata exatamente da pressão de ser um adolescente confuso na escolha entre agradar a expectativa dos pais ou seguir os próprios sonhos.
Com uma linguagem jovem, um enredo engraçado, mas não é nem de longe uma comédia, alguns momentos arranca sorrisos emocionados, tem uma pitada de romance, mas trata-se de um drama muito bem bolado e não desvia nossa atenção do assunto principal com superficialidades.
Nem de longe é um filme de comédia. Tem suas tiradas engraçadas e em alguns momentos te arranca sorrisos emocionados sim, mas é um drama muito bem bolado.
Trata-se de Craig (interpretado por Keir Gilchrist, que também interpreta o filho da Toni Collette em United States of Tara) um jovem de 16 anos que não consegue lidar com a pressão da adolescência, com a ausência dos pais, a cobrança na escolha da faculdade, sua reputação com os amigos, seu amor platônico por uma garota da escola que preferiu namorar “seu melhor amigo”
Depois de tentar se matar e não conseguir, ele procura uma clínica e insiste que seu caso não tem solução a não ser um tratamento psiquiátrico.
O médico então assina sua internação por cinco dias.
Craig apesar da pouca idade é um personagem frágil e brilhante, seus maiores medos é ser rejeitado, excluído, ou se tornar um perdedor.
Tenta preencher as expectativas dos pais em todos os momentos, o que consome todo seu tempo e de certa forma o torna um jovem sem iniciativa, sozinho e completamente infeliz.
A maneira como ilustram os sentimentos de felicidade/frustração do personagem é realmente tocante, todas as fases psicológicas – negação, fúria, negociação, depressão e aceitação são muito bem interpretadas, não só por Craig, mas por todos os outros personagens.
A história é crescente, o que ele aprende e vivencia é emocionante, enxergar a realidade do mundo, os problemas alheios, cada um com sua proporção de dificuldade , praticamente como uma escola da vida real, ele se relaciona e cria laços de amizade, iniciando até mesmo um leve romance com Noelle, personagem interpretada por Emma Roberts, rebelde e misteriosa com depressão e algumas limitações psicológicas.
Mesmo a história se passando em um hospital na ala psiquiátrica, o filme traz uma visão positiva e uma lição de vida para Craig e para todos os espectadores da trama. O tratamento dado aos pacientes, o contato com loucura, a esquizofrenia e a depressão, as oportunidades que tem de se entender e se tratar naquele ambiente. Como cada um demonstra nobreza em meio à doença, algo realmente inspirador.
Outro personagem fundamental da trama é Bob, interpretado por Zach Galifianakis, (o divertido e fanfarrão Alan do filme “Se Beber Não Case”), que também é paciente, tornando-se a principal companhia de Craig, e como um mentor ensina o garoto maneiras de lidar com as preocupações e os problemas da vida adulta. Toda a atmosfera em torno de Bobby se torna triste por motivos explicados ao longo do filme, e Craig também exerce um papel sutil, mas ao mesmo tempo fundamental para o tratamento e a vida de Bob.
A mensagem é muito sensível sobre descobertas e prioridades, como tomar decisões e fazer escolhas, a relação com as pessoas e a dimensão que damos aos nossos problemas, é um filme que vale a pena ser assistido e analisado.
Afinal, atire a primeira pedra quem nunca teve uma crise existencial na adolescência!!! rsrsrs